08/02/2009

Oficina Desmodelando: objeto penetrável


Arte em Fluxo: Nordeste - Brasil - Oficina Desmodelando: objeto penetrável, com Yuri Firmeza no EnergisaBate-papo com: Bitu Cassundé, Bruno Faria, Waléria Américo

9, 10 e 11 de fevereiro de 2009Inscrições abertas - 25 vagas

Usina Cultural EnergisaAv. Juarez Távora 243, Torre, João Pessoa - PB83-3221-5346/6343usina@energisa.com.br

Programação
Encontro 1 - 9 de fevereiro, 14-18h
Apresentação da oficina, papo com o curador Bitu Cassundé e leitura de textos teóricos

Encontro 2 - 10 de fevereiro, 14-18h
Papo com a artista Waléria Américo e apresentação de propostas de ações artísticas pelos participantes
Encontro 3 - 11 de fevereiro, 14-18h
Papo com o artista Bruno Farias, discussão sobre os resultados das ações e encerramento

07/02/2009

CORTE NA CULTURA

O pacote de apoio à cultura para a crise está completo. Não bastasse a grande campanha midiática (com anúncios mentirosos na Folha, Estadão, revista Bravo!, entre outras), que o MinC vem fazendo para destruir o programa do governo anterior e seus mais de 5 mil beneficiários anuais diretos (sem contar os aproximadamente 150 mil indiretos, segundo o próprio ministério), o governo resolveu triplicar os impostos dos produtores culturais. Para completar o pacote, o orçamento do MinC foi o terceiro orçamento mais cortado da Esplanada, só perdendo para o Turismo e Esporte. 78% a menos para a cultura. É de aplaudir de pé!

Ao apagar das luzes de 2008, por meio da Lei Complementar número 128, publicada no Diário Oficial da União em 22 de dezembro, o governo federal penalizou as empresas culturais optantes pelo Simples. Empresas cinematográficas, de produção cultural, artes cênicas, escolas de dança, entre outras, foram reclassificadas do Anexo III para o Anexo V. Empresas que antes recolhiam entre 6% e 17,42% passarão a recolher entre 17,5% e 22,9% do faturamento.Por que isso acontece? Perguntei ao contador Roberto Clapes Margall, da RV Consultoria, especializada no atendimento a empresas culturais. Ele me disse que é falta de mobilização do setor e de gestão do MinC. A revista Tela Viva diz que o Congresso Brasileiro de Cinema diz que está se mobilizando para reverter a situação. Para a associação, trata-se de "um golpe do governo sem precedentes no meio audiovisual, principalmente num momento em que a crise mundial aponta para uma forte recessão e corte de postos de trabalho em tantos outros setores".*

*informações retiradas do blog Cultura e Mercado.

CONCURSO NA UNB

UnB (DF) abre editais para professores de arte A Fundação Universidade de Brasília realiza inscrições entre os dias 16/02/09 e 15/03/09 para os editais que selecionam professores adjuntos para os cursos ligados às artes visuais. Os candidatos devem possuir o título de Doutor na área de Arte, Arte Educação, Artes Visuais ou áreas afins. Os editais podem ser consultados após 09/02/09 no site da UnB: www.unb.br . São oferecidas 6 vagas e os salários giram em torno de R$ 6.500,00.

04/02/2009

FERMENTAÇÕES VISUAIS_ TRIBUNA DO NORTE-TODA TERÇA

FOTO: Eduardo Verderame

O texto que segue é um pequeno relato de um artista que compartilhou suas experiências no PROSPECTA_2009. O relato completo e fotos encontram-se no http://mapeia.wordpress.com/eia-em-natal-acorda/


ACORDA!
Por Eduardo Verderame

Na abertura do PROSPECTA_2009, apresentei o grupo em linhas gerais e exibi o vídeo do EIA 2005. Em seguida, abrimos para debate e a conversa só parou mais de uma hora depois, só porque tinha de fechar a Capitania. No papo, foram surgindo os assuntos: O que move o EIA ou situações da arte/política/poética? Como foi a semana EIA deste ano? Como fazer funcionar uma iniciativa independente e realizar projetos com essa estrutura?
Do lado Potiguar, o pioneirismo na área da performance, o Coletivo Leila Diniz deu um alô, o Giovanni lançou citações teóricas e ficou no ar um desejo de começar. Quando fomos pedidos para elaborar uma oficina (workshop, vivência, TAZ ou como queira chamar) com a turma de Natal, me incumbi da tarefa e pensei em dividir o tema em três partes. Em cada dia estaria relacionando a uma esfera de atuação do ser humano: a esfera pessoal, a grupal e a do grupo na cidade. INDIVÍDUO COM INDIVÍDUO: Desenvolver dinâmicas envolvendo as percepções individuais, as sensações, o autoconhecimento. INDIVÍDUO COM GRUPO: Desenvolver dinâmicas que estimulem a participação coletiva, ou que conectem grupos de pessoas, ou que levem para além da esfera do pessoal e se relacione com o outro. Potencializando a relação e a necessidade de agir em grupo. GRUPO NA CIDADE: Desenvolver dinâmicas que estimulem a participação coletiva na cidade através de percursos, roteiros, derivas. Ativar camadas de significado, compreender a cidade de um modo mais profundo.
Primeiro dia: o corpo imediato. O grupo encontrou-se no Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão e fomos para a praça em frente, onde sentamos em roda e começamos a conversar. Primeiro, nos apresentamos e pedimos que cada um se apresentasse e dissesse do seu interesse e expectativa na vivência (ou workshop, TAZ, oficina, como queira). Sugeri um exercício: escolher entre os participantes um par, que não seja conhecido. Caminhar de olhos fechados e ser guiado por este par. O guia tem responsabilidade sobre aquele que é guiado. Na volta, o guia cerra os olhos e é guiado pelo outro. A confiança é fundamental nesse momento. Na volta, todos contaram suas experiências, foi o momento em que todos compartilharam suas experiências pessoais. Logo depois, cada um de nós escreveu em uma carta EIA uma dinâmica para o dia seguinte.
Segundo dia: a construção do grupo. Sentados em roda, escolhendo um método de acaso dividimos os três grupos, que sairiam pela cidade, um comigo; um com Guga e um com Milena e, igualmente ao acaso, distribuímos as cartas. Como ninguém reclamou, partimos o quanto antes. Cada grupos realizou pelo menos uma e acompanhou cerca de sete performances, ou ações urbanas criadas por eles mesmos e escritas nas cartas. O Homem-Lagarto subiu na árvore e gritou: ALTO! ALTO! Eu circundei a praça cego, me guiando apenas pelo piso demarcado. Missão ingrata mesmo foi a de recolher lixo pela cidade e colocá-lo na lixeira.
No Beco das Cores, um encontro com o Ivo Maia e suas pinturas. Bom, entre as outras “missões” das cartas: descobrir o segredo de algum prato da cidade – essa ficou com Ronaldo que descobriu o segredo de uma boa Tapioca: ingredientes de boa qualidade, bom atendimento e amor!
Convencer três pessoas a fazer uma atividade em círculo no chão; convencer alguém de que é futuro; conseguir uma pessoa num ponto de ônibus que lhe conte um sonho (este foi Ricard8 San Martini cumpriu). A frase do Hermann Hesse ficou com Clara no Sinal vermelho: “Não se aflija pelas questões espirituais: todos temos um Deus e um diabo dentro de nós”. E o Ricard8 teve sua dinâmica em roda. O relato do sonho foi particularmente muito bonito. Os três grupos se encontram e contam suas experiências, no dia seguinte a proposta foi trazer um personagem e um elemento.

Terceiro dia: criação coletiva: acorda! Alguns tinham personagens outros tinham apetrechos. Eu tinha uma mancha roxa pintada no rosto e um band-aid no supercílio esquerdo. O Ronaldo trouxe três comunicadores (rádios) dois dos quais não estavam devidamente carregados, um pequeno botijão descarregado, um capacete amarelo - que sugeri que ele usasse durante o percurso, e uma corda. Eu e Guga nos apossamos da corda e começamos a brincar. Virou jogo, virou nó, virou varal. Propus-me ir amarrado, propuseram irmos todos carregando a corda e imediatamente o motivo com o qual brincar estava feito. Um jovem que vivia na praça se aproximou e foi acolhido pelo grupo. Ele veio a ser o líder da expedição (por onde?) pelo centro. A corda acordou na ladeira. Eu gritei, outros gritaram: “ACORDA! ACORDA!” e o grito ficou. Pandeiro, gaita e megafone. Tigre prateado de mil cores, o burocrata das luzinhas de Natal, o moleque de rua que anunciava: “ACORDA! ACORDA!” e o povo das lojas teve de vir pra fora para ver o que é que há. O grito de vinte, quando vem da sua vontade é alto: “ACORDA! ACORDA! ACORDA!” (me solta!!!) o Ronaldo quando tinha o megafone na mão falava sobre os “escravos do tempo”. Impossível lutar contra a corda. Agora começou a ficar legal. Na Catedral, sentamos em frente ao altar. Depois, mais corda dentro de uma loja e de uma passeata dos servidores da saúde, onde o ACORDA! ACORDA! Foi interpretado como apoio – e era. Chegamos à praça padre João Maria. ACORDA! ACORDA! ACORDA! Eu Fui amarrado, na realidade, tinha o controle absoluto da situação eu estava seguro de que nada me aconteceria… De volta à praça de origem, conversamos. Pessoalmente expus que considerava aquele um exemplo bem-sucedido de ação conjunta e que daquela vivência poderia surgir uma organização similar em Natal, que se encontrasse com certa frequência e que pensasse ações juntas entre si. Quanto mais juntos, mais fortes.

Mostravídeo Itaú Cultural


Mostravídeo, inscrições até sex 20 fev 2009 exibe trabalhos audiovisuais brasileiros, selecionados por meio de curadorias temáticas. Em 2007, o projeto começou a promover o diálogo com as artes visuais: a cada mês, um artista era convidado para produzir um cartaz, que traz no verso a programação da mostra. Enviar seu trabalho para a temporada 2009. Serão selecionadas sete obras, que devem ser originais e inéditas. Com tiragem mensal de 1.200 exemplares, a peça é distribuída gratuitamente nos locais onde acontece a exibição. Envie a sua para participe@itaucultural.org.br até 20 de fevereiro. Clique aqui para ler o regulamento e participe!