ARTE E CIÊNCIA
por Jean Sartief, Sânzia Pinheiro e Marcelo Gandhi
Durante grande parte de sua vida, Leonardo Da Vinci (1452/1519) manteve cadernos onde registrava desenhos de anatomias, invenções, cálculos, pensamentos, esboços preliminares de obras, projetos de engenharia e experimentações científicas. A arte era uma extensão da ciência. Astronomia, por exemplo, era uma de suas paixões e um dos assuntos que investigava e fazia anotações detalhadas.
Em Florença, Leonardo teve permissão para realizar dissecações, no hospital Santa Maria Nuova e foram esses novos conhecimentos acrescidos da sua excelente compreensão das relações entre as diversas partes do corpo humano, como medidas e ângulos do rosto, que faziam suas pinturas terem um aspecto natural sem falsos rigores.
Um dos exemplos mais conhecidos da arte e ciência de Leonardo Da Vinci é verificado no desenho Homem Vitruviano, como referência estética mundial de simetria e proporção. O desenho e o texto também são conhecidos como Cânones das Proporções.
Os séculos XVI e XVII apresentaram o iluminismo e o questionamento do conhecimento científico existente. A tecnologia deu saltos gigantescos. Einstein, já no século XX, trouxe a teoria da relatividade nos ensinando que o espaço e o tempo não são absolutos. Surgiu o ciberespaço. As ciências evoluíram em todas as áreas do conhecimento. Arte, tecnologia e ciência se uniram gerando campos infinitos de multimídias e hoje é um novo conceito de arte que envolve interação, complexidades, interatividade, imersão, conhecimento, transformações, transitoriedades e efemeridades, entre outras questões. Já se parte para a arte envolta no campo da nanotecnologia, dos fractais, da genética, da inteligência artificial etc, redimensionando todo o conceito acadêmico visual.
Hoje sabemos que os raios gama, os Raios-X, as luzes visível, ultravioleta e infravermelha e as ondas de rádio que são todos variações daquilo que entendemos por luz. Abraham Palatinik, (1928) com a arte cinética e pesquisas sobre luz e movimento abriu caminho no Brasil, e revolucionou na 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951) ao apresentar o cinecromático.
Tratamos de uma arte/ciência que vai além das equações simplificadas e pensamentos idealizados, mas que como mencionou Ilya Prigogine: (Prêmio Nobel de química (1977), pela contribuição e pesquisa no campo da incerteza que caracteriza a matéria e por sua teoria das estruturas dissipativas), na obra La nouvelle alliance, trata de um olhar diante de si em meio a complexidade do mundo real que desfragmenta antigos conceitos institucionais reguladores da vida por leis universais, e ele explica: “não há mais situações estáveis ou permanência que nos interessam, mas sim evoluções, crises e instabilidades”. O que buscamos é sair da visão mecanicista das coisas, é explorar a relação do homem e seu tempo, com a natureza, consigo e com todas as incertezas.
Curtas
AGENDA CULTURAL 2009 abre inscrições, de 1º de agosto à 31 de outubro de 2008, as inscrições para propostas de exposição no ESPAÇO CULTURAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. Mais: http://www2.camara.gov.br/conheca/cultura/edital2007.html
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Até 28 de abril de 2008, a galeria Vermelho estará recebendo projetos de performance para a quarta edição do evento VERBO que acontece de 15 a 19 de julho. Mais: http://www.agenciaverbo.com/amostra/
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Prorrogadas, até 19 de abril, as inscrições para o 59º Salão de Abril - Arte: Desejo e Resistência. Mais: http://www.fortaleza.ce.gov.br/
Publicado em 15 de abril de 2008
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