Pegadas no céu. Foto: Jean Sartief
A arte contemporânea, cada vez mais, segue oferecendo uma multiplicidade de caminhos justamente porque está aberta a todas as possibilidades, sem rejeitar ou tornar a arte tradicional uma ‘inimiga’, como já falamos em outra coluna, mas possibilitando ao público a viabilidade de fruição de formas antes inimagináveis e muitas vezes a partir de referenciais comuns e até mesmo puramente conceituais.
Entre essas possibilidades existe a arte imaterial que viabiliza projetos efêmeros ou situações que se traduzem na própria manifestação artística.
O próprio conceito de imaterialidade permeia também expressões tradicionais, como as tradições culturais, saberes, modos de fazer, celebrações, costumes, lendas, danças, cantigas, músicas que vão do popular ao erudito, do tradicional ao contemporâneo.
O processo cria novas premissas e acentua a não obrigatoriedade de recursos tecnológicos ou multimídias para se atingir o público e, também, ressignifica conceitos dentro do próprio sistema de arte. Como vender uma arte imaterial? Há a necessidade de venda? Como um museu pode preservá-la? Há necessidade de preservá-la ou precisamos é vivê-la? Que novos conceitos são esses?
São, de uma forma geral, ações artísticas imersas dentro do momento de sua realização. Efetua-se a questão no espaço e no tempo que ocupa. Às vezes não há registros ou não os são permitidos. Não há necessidade do rótulo de formato ou da representação óbvia de existência vinculada a um lugar. Desmaterializa-se o objeto. Essa força intangível é vivencial e é o que faz toda a diferença que amplia-se além da abrangência da própria arte efêmera.
A arte imaterial permeia o pensamento, as significações. Diferencia-se, assim, ao abstrair-se de conceitos herméticos e até mesmo físicos para colocar o expectador dentro de uma reflexão realmente questionadora sobre a natureza de inúmeras coisas, inclusive da própria arte, extrapolando todas as definições.
O próprio sistema absorve o conceito no chamado capitalismo cognitivo onde a premissa é a transferência da mercadoria material para a imaterial, uma transição da economia industrial para a economia da experiência.
Dentro desse conjunto estabelecido de possibilidades, firma-se a compreensão existencial da real subjetividade com que a arte pode ser compreendida. Faz-se, no encontro, a existência da arte. Seja no encontro do público com a obra física ou na experiência do vivido que toca e na qual ele é tocado. Esse envolvimento coloca a obra em funcionamento.
CURTAS
De 14 a 18 maio 2008, acontece uma das mais importantes feiras de arte do mundo, a Art Moscow. Mais: http://www.expopark.ru/
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O Museu de Arte contemporânea do Dragão do Mar expõe 300% Spanish Design pela primeira vez no Brasil, com peças de artistas plásticos e arquitetos mais representativos do Séc. XX. Mais: http://www.dragaodomar.org.br/
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O 17º Encontro de Artes Plásticas de Atibaia (SP) recebe inscrições a partir de 01/05, as quais se estendem até 06/06, via Correios, e até 13/06 pessoalmente. Mais: http://www.atibaia.sp.gov.br/
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