26/01/2008

8 - FERMENTAÇÕES VISUAIS - TRIBUNA DO NORTE - TODA TERÇA-FEIRA

RIO GRANDE DO NORTE NA REDE DA FUNARTE - por Marcelo Gandhi, Sânzia Pinheiro e Jean Sartief



Oficina Marcelo Gandhi


Até 21 de dezembro, a Rede Nacional Funarte Artes Visuais passa pela quinta e sexta fases de execução dos intercâmbios e práticas artísticas. Artistas, pensadores e críticos de arte de origens e tendências estéticas diversas realizam interações com outros artistas gerando não somente a troca e amadurecimento de vivências, de idéias e técnicas como também estabelecendo o fomento às artes visuais locais.

As ações são focadas em vários suportes e linguagens como vídeo, instalação, intervenção urbana, fotografia, vídeo-arte, site specific, arte e tecnologia, gravura e performance, entre outras, por meio de parcerias públicas e privadas com instituições locais e possibilitam a ampliação e a democratização do acesso às técnicas e teorias da área.


O RN marca presença com 3 oficinas. Em Mossoró, aconteceu o workshop de performance com o artista paulista André Komatsu, em Caicó a oficina será com a artista carioca Júlia Csekö e em Natal esteve o paulista Nazareno Rodrigues Alves.


Ainda do Rio Grande do Norte, Marcelo Gandhi e Sânzia Pinheiro (companheiros de escriba desta coluna) foram convidados para viajar a Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR) respectivamente.


Gandhi partiu do conceito de hipertexto e remix como amálgama e metáfora para a mistura racial em Porto Velho e todas as suas diversas expressões entre os artistas locais.

“Realizamos uma vídeo-entrevista com a temática da mistura de raças; elaboramos um ensaio fotográfico com imagens de Porto Velho sob um enfoque bem íntimo. Houve uma ação do fotógrafo Vilela usando a sua roupa como suporte para um ensaio com comunidades ribeirinhas. O artista Júlio saiu com um cântaro na cabeça, tanto ele como o cântaro tinham as cores do Brasil. No dia do happening, queimamos fogos como elemento estétic; colocamos bases eletrônicas e cantamos musicas abertas sem preocupação estilística dando vazão pra livre expressão. Fizemos uma pintura coletiva com açaí; queimamos velas e incensos. Convidamos o público passante a participar pois o happening acontecia nas escadarias da universidade de Rondônia...”

Sânzia levou a discussão sobre a arte contemporânea como desdobramento do espaço moderno e as novas temporalidades da sociedade atual, provocando um olhar sobre as matrizes culturais, buscando percebê-las no contexto da sociedade contemporânea e da cidade como tabuleiro de um jogo criativo.


Para o paulistano André Komatsu, a abordagem partiu das referências da própria cidade. “O objetivo da oficina foi realizar uma conversa entre o artista ministrante e os artistas participantes. O conceito é de que o centro está em todo lugar, em que o local físico pouco determina. Usamos a real localização, valendo a troca de idéias e a conectividade de informações, criando assim um coletivo temporário. A partir daí seguiu-se o desenvolvimento do workshop, com observação da cidade. Peguei pontos referenciais do cotidiano do povo como a festa de Santa Luzia.”


Vale lembra que ao final de cada fase é produzido, para distribuição gratuita, o CD Rom "Cronologia da Arte no Brasil – Séc. XXI" dos trabalhos executados. Para 2008 espera-se que a rede de artes visuais seja ampliada, continue no processo de fortalecimento e democratização da arte contemporânea brasileira e invista dos canais de divulgação dos eventos, que é ainda um dos pontos a ser melhorados.

EM 18 DE DEZEMBRO DE 2007

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