14/11/2008

USP PROMOVE SEMINÁRIO ARTE E CIÊNCIA EM HOMENAGEM AO CIENTISTA MÁRIO SCHENBERG


A Universidade de São Paulo, USP, através do Departamento de Comunicação e Artes (ECA) promove o XVIII SEMINÁRIO SCHENBERG ARTE E CIÊNCIA: PESQUISA E NATUREZA, no dia 27 de novembro, na sala de Comunicações, no 2º andar.

Mario Schenberg é um dos personagens mais ricos da história da ciência no Brasil: foi físico e crítico de arte, e só não seguiu paralelamente a carreira política porque, nas duas vezes que foi eleito deputado estadual, teve seu mandato cassado. Além de se dedicar à física, tirava fotos, preparava catálogos e estudava ciência oriental. Durante a ditadura, recusou-se a sair do país, pois acreditava que esse era seu dever cívico.

Na física, Schenberg se destacou como poucos. Conviveu com os colegas José Leite Lopes e Cesar Lattes e foi discípulo do russo Gleb Wataghin. Trabalhou com mecânica quântica, termodinâmica e astrofísica. O físico conjugou uma carreira brilhante com suas crenças na existência de uma parafísica e na intuição como uma das principais armas da ciência. Schenberg dizia que o homem da ciência precisava estar aberto ao desconhecido. "Eu não me guio muito pelo raciocínio", disse em entrevista a Ciência Hoje em 1984. "É a intuição que mostra a solução dos problemas."

Mario Schenberg nasceu em 2 de julho de 1914, em Recife. Seu interesse pela ciência teria início 13 anos mais tarde, quando estudou física e geometria pela primeira vez. O jovem se encantou com a descoberta de que o funcionamento da natureza seguia leis matemáticas, e de que a as formas podiam ser vistas como estruturas lógicas e convertidas em números. O pernambucano viria a acreditar mais tarde que toda a física era também geometria. Decidido a trabalhar nessa área, Schenberg ingressou na Faculdade de Engenharia do Recife, e depois se transferiu para São Paulo. Lá, cursou também o recém-criado curso de matemática da Faculdade de Filosofia, e se formou nos dois cursos.

Em 1938, Schenberg fez sua primeira viagem profissional ao exterior. Partiu para a Itália, onde trabalharia com o físico Enrico Fermi. No navio, foi em companhia de Giuseppe Occhialini, com quem trabalhara no Brasil. Embora o italiano estivesse de férias, os dois aproveitaram o tempo para fazer um trabalho sobre raios cósmicos. Na Europa, Schenberg trabalhou com o austríaco naturalizado americano Wonlfgang Pauli e passou uma temporada no Collège de France, em Paris.

Foi em uma de suas viagens ao exterior que Schenberg chegou a uma das principais descobertas de sua carreira: a do processo Urca, que permitiu entender o colapso de estrelas supernovas. Isso ocorreu em 1940, quando o brasileiro estava nos Estados Unidos a convite do astrofísico russo George Gamow.
Informações e Inscrições:
Secretaria do PGEHA
Taxa de Inscrição: R$ 10,00 (dez reais)
Rua da Reitoria, 109 A – 05508-900 – Cidade Universitária
Tel.: (11) 3091.3327

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