06/01/2009

60 - FERMENTAÇÕES VISUAIS - TRIBUNA DO NORTE - TODA TERÇA-FEIRA

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SUGESTÕES PARA O PRÊMIO THOMÉ FILGUEIRA
Por Sânzia Pinheiro, Jean Sartief e Afonso Martins

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Foto da montagem da exposição do Prêmio Thomé Filgueira

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A mostra Prêmio Thomé Filgueira – Panorama das Artes Visuais no Rio Grande do Norte – 2008 segue em exibição na galeria Newton Navarro, na Fundação José Augusto até o dia 27 de fevereiro. Queremos parabenizar a instituição que criou um acontecimento no campo das artes visuais fora dos salões e exposições. Um prêmio pode ser um reconhecimento de um desempenho, de uma atividade ou incentivo de desenvolvimento de projetos e pesquisas. Nesse sentido percebem-se alguns equívocos já que o Prêmio se inspira em editais de salões locais e busca uma retomada de categorias clássicas (gravura, pintura, objeto, desenho, instalação e escultura) esquecendo de outras formas de expressão. Se a proposta é a realização de um Panorama das Artes Visuais, fica essa lacuna conceitual.


Nesse sentido é importante a evolução do Prêmio. Poder-se-ia buscar referenciais nacionais bem sucedidos como o Prêmio Marcantonio Vilaça no qual cada artista recebe uma bolsa de R$ 30 mil reais, para realização de um trabalho, acompanhado ao longo de um ano por um crítico ou curador. Depois, são organizadas mostras itinerantes das obras, e a edição de um catálogo. Ao final das exposições, cada artista indica uma obra, como doação, para o acervo dos museus do circuito.


Uma outra idéia que o Prêmio Thomé Filgueira pode seguir é fazer jus ao próprio nome do homenageado que foi um formador de artistas e conferir um incentivo à pesquisa no campo das artes visuais, criando um aprofundamento do estudo e registro da história das artes visuais no Rio Grande do Norte, tal qual faz o prêmio Iberê Camargo / Cosac & Naify, que incentiva autores de ensaios e teses de mestrado e doutorado a inscrever seus trabalhos no concurso. Além da publicação do texto pela Cosac & Naify, o vencedor recebe R$ 20 mil a título de aquisição dos direitos autorais.


Outro ponto que precisa ser melhorado é quanto ao espaço expositivo, uma vez que os corredores da Fundação José Augusto não são um lugar apropriado para expor obras de arte. Perceptível o quanto muitos trabalhos perderam, em especial na excelente proposta de Max Pereira ou na de Wendel Gabriel. A exposição ao sol e ao vento são fatores que também podem vir a danificar as obras, sem falar na dificuldade de fruição ocasionada pelas interferências do local.
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Publicado em 06 de janeiro de 2009

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