18/09/2008

ARTE, CRÍTICA E MUNDIALIZAÇÃO




Marcela Aguiar, uma nova leitora do blog nos envia o lançamento de outro livro (em São Paulo/SP) muito interessante para os que trabalham e amam as artes visuais. Trata-se do livro 'Arte, crítica e mundialização'


Arte, Crítica e Mundialização, tem lançamento pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e traz a compilação das palestras e trabalhos apresentados no seminário homônimo, realizado em 2004, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), paralelamente à 26ª edição da Bienal Internacional de São Paulo, que, naquele ano, abordava o tema Território Livre.


Organizado por Mariza Bertoli, doutora em Estudos Latino-Americanos pela USP, e Veronica Stigger, doutora em Teoria e Crítica da Arte pela USP, o livro integra a Coleção Crítica da Arte, promovida pela ABCA, e é dividido em duas grandes partes. Na primeira, intitulada Ensaios, reúne os textos que tiveram como questões centrais o papel da crítica de arte no mundo globalizado, refletindo as atuais preocupações de críticos e curadores. A segunda parte, Debates, vem dividida em subtemas, que sugerem possíveis territórios para a arte e para a crítica.


No primeiro texto de abertura da parte Ensaios, Henry Meyric-Hughes, presidente da prestigiada Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) fez questão de citar um relato do poeta Charles Baudelaire, considerado umas das referências da literatura moderna, que, em pleno 1855, durante a Exposição Universal, em Paris, já sentia os efeitos da globalização e sua forte influência nas artes “Há poucas ocupações tão interessantes, tão atraentes, tão cheias de surpresas e revelações para um crítico do que a comparação entre as nações e seus produtos respectivos”, coloca.


A primeira parte ainda reserva outros grandes ensaios, como Exposição e Crítica – um enfoque em duas direções, escrito por Lisbeth Rebollo Gonçalves, professora titular da Universidade de São Paulo e vice-presidente da AICA.

Jacques Leenhardt


Destaque também para o ensaio A Crítica de Arte no Cenário Mundial, em que Jacques Leenhardt, diretor do Centre d´Études Sur l‘Art et le Langage, de Paris, reflete sobre as conseqüências da globalização nas políticas culturais de cada país e, sobretudo, sobre o trabalho crítico ligado à produção contemporânea.


Ursula Rosa da Silva, professora do Instituto de Letras e Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) abre os debates da segunda parte do livro, com o esclarecedor artigo Crítica, Arte e Estética: Espaços para Ressignificar, em que destaca, principalmente, o legado do escritor italiano Ítalo Calvino (1923-1985) e nos diz:

“Em Ítalo Calvino, encontramos a possibilidade de nos aproximarmos de traços artísticos, próprios à literatura, mas que remetem ao âmbito da criação humana, estabelecendo um paralelo com o contexto das artes visuais”.
Em Debates, as organizadoras Verônica Stigger e Mariza Bertoli discutem, o Mito e Rito Como Território da Crítica, escrevendo, respectivamente, os ensaios A Construção de mitos pessoais: Shwitters, Beuys, Calle e Contribuição para Uma Estética Simbólica.


Há ainda artigos de Elza Ajzenberg, professora titular da USP, que discute a Pluralidade da Arte Contemporânea, e de Percival Tirapeli, professor livre docente da Unesp, que relembra a força da Cultura dos Italianos na Metrópole Paulista.

Livro: Arte, Crítica e MundializaçãoOrg.
Mariza Bertoli e Veronica Stigger
Imprensa Oficial do Estado/Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA)
248 Páginas
R$ 35,00

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns... o blog tá muito dinâmico, interessante e adorei os links...boa dica!

tô divulgando.

Lívio